O desembargador Kassio Marques, da Justiça Federal, negou o pedido de habeas corpus de envolvidos na Operação Cash Delivery, que cumpriu mandados em endereços ligados ao ex-governador e candidado a senador Marconi Perillo (PSDB). Entre os presos estão Jayme Rincón, coordenador de campanha do candidato a reeleição Zé Eliton (PSDB), o filho dele e um empresário.
A decisão foi no domingo, 30 de setembro. Foram negados os pedidos de Jayme Eduardo Rincón, do filho dele, Rodrigo Godoi Rincón, e do empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.
As defesas dos presos alegaram que não havia necessidade da manutenção da prisão. Segundo os advogados, os mandados de busca e apreensão já tinham sido todos cumpridos, não há indícios mínimos de que os presos estão envolvidos no esquema apurado pela investigação e que os crimes investigados são antigos, não existindo assim o requisito da contemporaneidade.
No entanto, o desembargador explicou que “o decreto prisional apresentou claros fundamentos a embasar a necessidade de aplicação da prisão temporária, com o objetivo de preservar e garantir a eficaz realização e conclusão do inquérito”.
Os mandados de prisão e busca e apreensão aconteceram na sexta-feira (28) em endereços ligados ao ex-governador. A Operação Cash Delivery apreendeu mais de R$ 1 milhão e investiga recebimento de propina de R$ 12 milhões durante dois governos dele, em troca de favorecer empreiteiras em contratos com estado.
Além dos três, foram presos Márcio Garcia de Moura, policial militar e motorista de Jayme Rincón, e o advogado Pablo Rogério Oliveira. A Justiça Federal informou que não há registro de pedido de habeas corpus para os dois últimos.
No pedido para autorização dos mandados, a PF afirmou que não solicitou a prisão de Perillo por causa da lei eleitoral. A legislação determina que candidatos não podem ser presos 15 dias antes do pleito, a não ser em flagrante. Esse prazo começou a contar no dia 22 de setembro.
A Polícia Federal convocou o ex-governador para prestar esclarecimentos sobre as investigações. Porém, a defesa pediu que isso acontecesse após as eleições. Durante a operação, os celulares dele e da esposa, além do computador da filha, foram apreendidos.
Fonte:https://g1.globo.com/go/goias
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