Diante da confirmação do primeiro caso do novo vírus da dengue em Goiânia, o tipo 4, a Secretaria Municipal de Saúde traçou plano de ação contra a doença. Além de investimentos em informações sobre o vírus, sintomas, medidas de prevenção e capacitação, o prefeito Paulo Garcia autorizou a realização de seleção pública para o preenchimento de vagas para agentes de endemias e também agentes comunitários.

Até o mês de março, serão efetivados 311 profissionais, totalizando mais de 800 novos agentes incorporados nessas duas áreas, para fechar o cerco contra a doença em 2012.

Visitas e fumacê
A paciente que contraiu a dengue do tipo 4 mora no Bairro Estrela d’Alva, na Região Noroeste da capital, foi atendida no Cais do Urias Magalhães, e teve o sangue coletado. Ela foi tratada, já está em casa e passa bem. A confirmação ocorreu após testes realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública.

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, falou das primeiras medidas que serão tomadas. "Vamos realizar um monitoramento na Região Noroeste. Começaremos com o controle vetorial, visitas e fumacê, ou seja, faremos uma varredura."

Apesar da presença do novo tipo de vírus, os sintomas da doença são os mesmos. Aconteceram 44 mil casos de dengue em Goiânia sem a presença do novo tipo. Flúvia acrescenta que não conhecemos o novo vírus e precisamos ter atenção: "O vírus tipo 4 é preocupante não só pela virulência, mas também pela quantidade de casos que podem vir a acontecer com sua infestação em Goiânia. È importante relembrar que a partir do momento que se é infectado com a doença por determinado tipo de vírus, o individuo passa a ser imune a aquele tipo de forma permanente. Ninguém está imunizado contra o vírus 4, ele é um vírus novo".

Capacitação
No último sábado, foram capacitados 550 profissionais, sendo que um terço deles é da área médica. No total, 606 agentes de endemias estão sendo capacitados para atuar na linha de frente do combate ao novo tipo.

Os agentes de endemias fazem um trabalho de manejo ambiental mais especifico, onde usa-se o vermicida e o inseticida quando necessário. Já o agente comunitário de saúde faz aquele manejo ambiental mais rotineiro, junto com o próprio morador da residência.

Desde 2009 estão ocorrendo trabalhos de integração dos agentes de endemias, as equipes de estratégia de saúde da família e os agentes comunitários de saúde. Três distritos já contém essa parceria: Norte, Campinas Centro e Noroeste.

Segundo Cristina Laval, diretora de Atenção à Saúde, as equipes de Estratégia de Saúde da Família estão preparadas para acolher, fazer o diagnóstico e acompanhar o paciente. "Nossas unidades contam com insumos, medicamentos específicos e futuramente teremos a formatação de uma rede de apoio laboratorial para melhorar o atendimento", afirma ela. "Percebe-se uma melhora no atendimento porque aconteceu uma diminuição de 75% no numero de óbitos em 2011 em relação ao mesmo período de 2010", complementa.

O secretário municipal de Saúde, Elias Rassi, explicou que as medidas de controle da dengue vêm sofrendo pequenas transformações nos últimos anos. Segundo ele, a solução é a nova vacina. "Enquanto se aguarda a efetivação da vacina, os conceitos existentes vêm sendo realizados com precisão."

A previsão é que 2012 seja um ano relativamente tranquilo na luta contra a dengue. "Temos uma população com alto percentual de imunização. Obviamente que a entrada de um novo tipo de vírus, reconsidera a possibilidade de vulnerabilidade novamente, mas estaremos preparados, complementou o secretário."