Em um discurso emocionado, a vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Covas, afirmou que seu país não exporta médicos e que os profissionais cubanos continuarão recebendo 100% de seus salários.
"Para nós é muito importante poder estar aqui. O povo de Cuba e do Brasil mantém uma amizade há muito anos", disse. "Nós não exportamos médicos, exportamos serviços de saúde". De acordo com o ministro Alexandre Padilha (Saúde), o pagamento integral do salário dos profissionais que vieram de Cuba faz parte das regras que eles mantêm nas missões humanitárias que prestam em 58 países.
"São regras do Ministério da Saúde de Cuba. Eles mantêm os salários [dos médicos] e seu emprego no Ministério da Saúde de Cuba, diferentemente dos outros estrangeiros que vieram para cá e estão desempregados", explicou o ministro.
"Além disso, há um pagamento adicional de 20% por esses médicos estarem em missão fora do país".
"Eles têm vínculo permanente lá. Quando saírem daqui, eles voltam a ter emprego garantido e proteção social em Cuba. Mantém seu salário oficial e mais um bônus por participar de missões externas", explicou.
De acordo com o Ministério da Saúde, todo esse pagamento será feito pelo governo cubano, mas os recursos virão do governo Brasileiro, por meio do acordo firmado com a OPAS (Organização Pan-americana de Saúde).
Discurso De acordo com Márcia Covas, Cuba é um país muito pobre, sem grandes recursos naturais, mas que é rico em recursos humanos e que há mais de 50 anos se prepara para prestar serviço de saúde de qualidade, de maneira solidária e internacional.
"Os 400 médicos que vieram ao Brasil de Cuba têm garantia de voltar ao seu emprego. Enquanto isso asseguramos às suas família educação e saúde de qualidade", disse.
"Queremos ir aonde não há médicos brasileiros, para dar resposta ao pedido da presidente Dilma Rousseff", concluiu a ministra.
O programa "Mais Médicos" pretende levar profissionais de saúde a mais de 700 municípios em que não há médicos brasileiros trabalhando.
Ainda segundo Márcia Covas, os médicos cubanos não vieram competir com os médicos brasileiros.
"Viemos para trabalhar e aprender com os médicos brasileiros, com o sistema de saúde que se mantém no Brasil".
Fonte:folhapress
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