O "New York Times" revelou planos para introduzir em seus sites o formato "native advertising" (publicidade nativa), campanhas de anunciantes que se parecem com textos e conteúdo noticioso gerado pela Redação.
O publisher do grupo, Arthur Sulzberger Jr., enviou uma carta aos funcionários para minimizar as preocupações com a nova forma de publicidade.
Segundo ele, uma barra colorida e as palavras "conteúdo pago" identificarão as campanhas como anúncios. Sulzeberg também garante "rigorosa distinção entre a redação e o grupo responsável por criar conteúdo para os anunciantes".
O formato "native advertising" é visto com certa reserva dentro do jornalismo por borrar a fronteira entre conteúdo editorial e publicidade. Tem sido, contudo, identificado como uma valiosa fonte de novas receitas para as empresas de comunicação.
Em pesquisas feitas pela Comissão de Comércio dos EUA, 73% dos sites de notícia disseram ter adotado o modelo e 17% indicaram planos para oferece-lo no futuro.
O "New York Times" vai introduzir a modalidade inicialmente no site, em todas as formas de conteúdo desde videos até gráficos. Depois o formato será estendido aos dispositivos móveis. Sulzberger reconheceu aos funcionários que a plataforma é "relativamente nova e pode ser bem controversa". Mas explicou ser necessária para "conduzir a receita digital ao crescimento".
Jill Abramson, editora-executiva do "New York Times", mostrou resistência à modalidade em apresentações no passado, ao considerar uma possível confusão na cabeça dos leitores sobre a origem do conteúdo.
Hoje, Abramson afirmou que a Redação não vai se envolver com a produção da nova forma de publicidade.
Registros de tropeços com experiências do modelo ajudaram a aumentar a controvérsia sobre sua adoção.
Em janeiro, o site "The Atlantic" teve de pedir desculpas aos leitores depois de publicar uma "campanha patrocinada" da Igreja da Cientologia que exaltava a seita e seu líder.
O crítico de mídia Americano, Bob Garfield, questiona o esforço feitos pelas empresas para uma "fatia de receita que não fará a diferença se elas vão sobreviver ou não".
Fonte:folhapress
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