Os produtos químicos sintéticos utilizados no processamento, embalo e armazenamento da comida que consumimos podem trazer prejuízos à saúde a longo prazo, alertam os cientistas. As preocupações foram levantadas no Journal of Epidemiology and Community Health, parte do grupo British Medical Journal. Com informações do site do jornal britânico The Guardian. Os cientistas alegam que as pequenas quantidades de produtos químicos sintéticos podem contaminar a comida. Apesar de essas pequenas quantidades não representarem danos, ninguém sabe o quanto estamos seguros diante de uma vida toda de exposição a componentes como formaldeído, por meio da ingestão de alimentos previamente embalados ou armazenados em plástico. Os especialitas observam que alguns destes produtos químicos são regulamentados, mas isso nao impede que sejam utilizados em larga escala nas embalagens dos produtos. Eles afirmam que as pessoas que comem alimentos processados ou previamente embalados estão mais propensas a estar crônicamente expostas a baixos níveis destas substâncias ao longo da vida. Muito pouco é conhecido sobre os impactos de longo prazo e especialmente sobre a exposição a este tipo de componente em momentos críticos do desenvolvimento humano, como no útero ou durante a primeira infância. Os escritores, que incluem Jane Muncke, da Food Packaging Forum Foundation, em Zurique, dizem que isto traz muitas preocupações, uma vez que os produtos químicos são conhecidos por serem tóxicos. O formaldeído, substância causadora de câncer, é legalmente utilizado. Ele está presente, ainda que em baixos níveis, em garrafas de bebidas gaseificadas. Outros componentes conhecidos por atrapalhar a produção de hormônio são usados em embalagens de comida e bebida, incluindo o bisfenal A, tributilteno, triclosan e osftalatos. Ao todo, existem mais de 400 substâncias envolvidas. Os especialistas alertam que estas potenciais alterações celulares causadas pelo contato com o material que envolve a comida e, particularmente, com a capacidade de atrapalhar os hormônios, ainda não são nem mesmo consideradas na rotina das análises toxicológicas. Eles ressaltam que vai ser difícil monitorar e avaliar os efeitos ao longo das décadas, já que o número de pessoas não exposta a estas substâncias é muito pequeno. Uma avaliação de base populacional é uma necessidade urgente, para estabelecer quaisquer ligações potenciais entre os produtos químicos e condições crônicas como câncer, obesidade, diabetes e doenças neurológicas e inflamatórias, argumentam os cientistas.
Fonte:terra
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