Paris, 5 mar (EFE).- França e Alemanha esperam que a
Rússia restabeleça os "grupos de contato" sobre a situação da Ucrânia e
apresentarão a Moscou um plano para estabilizar a situação nesse país,
informou nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores francês,
Laurent Fabius.
Esse plano do qual franceses e alemães esperam que as autoridades
russas aceitem, passa pela aceitação do governo de unidade em Kiev, pela
retirada das tropas, a dissolução das milícias extremistas, a aplicação
da constituição e a realização de eleições antecipadas, adiantou Fabius
em entrevista para a emissora francesa "BFM TV".
"A comunidade internacional não pode aceitar que um país invada
outro", disse o ministro francês, que se reunirá hoje em Paris com o
secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e o ministro das
Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, durante uma cúpula sobre o
Líbano.
Fabius apontou que caso Moscou não interrompa sua escalada militar,
poderão ser adotadas amanhã em Bruxelas as sanções relacionadas com os
vistos e as discussões econômicas entre União Europeia (UE) e Rússia,
além da já efetiva suspensão da preparação da cúpula do G8 em junho na
cidade russa de Sochi.
O chefe da diplomacia francesa insistiu que "a invasão de um país por
outro" não é "aceitável" e lembrou à Rússia que "o novo poder na
Ucrânia é legítimo, foi eleito pelo Parlamento".
"É preciso retornar ao diálogo", acrescentou o ministro francês das
Relações Exteriores, que reiterou que o governo interino da Ucrânia é
legítimo porque foi estabelecido em conformidade com o antigo governo e
ratificado pelo Parlamento.
Fabius, que se reunirá nesta manhã com seu colega ucraniano, Andrei
Deschitsa, não confirmou se o presidente interino desse país, Aleksander
Turchinov, viajará a Paris na próxima sexta-feira.
Depois, junto com o presidente francês François Hollande, participará
da reunião sobre o Líbano na qual tratará da crise na Ucrânia com os
chefes dos serviços diplomáticos americano e russo. EFE
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