Os metroviários de São Paulo decidiram pela continuidade da greve em assembleia realizada na tarde deste domingo (8), após decisão unânime do Tribunal Regional do Trabalho considerando a greve abusiva. Uma nova assembleia da categoria está marcada para as 13h desta segunda-feira (9), para avaliar a continuidade da greve. "Com ou sem greve, poder haver demissões. O governador [Geraldo Alckmin] odeia a gente. Esses caras são financiados por empresas", disse o presidente do sindicato, Altino Melo Prazeres. Funcionários que falaram contra a continuidade da greve foram vaiados. "A nossa greve já é vitoriosa. Nós fomos à mesa de negociação, aceitamos negociar. Nós resolvemos jogar esse jogo, e agora veio a decisão", disse um trabalhador. Em reunião pré-assembleia, metroviários mostraram-se divididos quanto à continuidade da paralisação. JULGAMENTO Pela manhã, o grupo de oito desembargadores do TRT determinou ainda que seja dado aos trabalhadores o reajuste salarial de 8,7%, percentual oferecido pelo Metrô, frente à uma inflação de 5,81%. A categoria pedia 12,2%. O último reajuste, de 8%, foi concedido no ano passado, ante INPC de 7,2%. Decisão do tribunal fixou em R$ 500 mil por dia a multa para os sindicatos dos metroviários e dos engenheiros caso a paralisação continue após o julgamento. Para os quatro dias de greve anteriores à sessão deste domingo, o valor é de R$ 100 mil ao dia. Também por unanimidade, os desembargadores decidiram que os dias parados serão descontados do salário dos grevistas. O piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55. A data-base é de 1º de maio. Em nota, o Metrô afirmou que respeita a decisão do TRT e cumprirá as determinações da Justiça. A companhia aguarda o retorno imediato dos empregados ao trabalho para que o sistema volte a operar integralmente. Os excessos apurados durante a greve serão tratados em conformidade com os instrumentos internos e a legislação trabalhista. ESTAÇÕES Neste domingo, quarto dia da greve, as estações demoraram ao menos uma hora e meia para abrir. Durante a tarde, 30 das 61 estações administradas pelo Metrô estavam abertas, além das seis estações da linha 4-amarela, que é operada pela iniciativa privada. O trecho entre as estações Paulista e Faria Lima, porém, está fechado devido à obras. A ligação é feita por ônibus do sistema de emergência Paese. A linha 1-azul funciona da estação Ana Rosa à Luz; a linha 2-verde, da Ana Rosa à Vila Madalena; a linha 3-vermelha funciona da estação Bresser-Mooca à Marechal Deodoro. A linha 5-lilás opera sem restrições. RAIO-X DOS METROVIÁRIOS¹ 9.475 funcionários, sendo 2/3 responsáveis diretos pela operação: 3.136 operadores 1.206 oficiais de manutenção 1.147 seguranças 1.016 técnicos Piso: R$ 1.323,55 Orçamento do sindicato: R$ 5,5 milhões/ano Data-base: 1º de maio NEGOCIAÇÃO Reivindicação dos metroviários: 12,2%, reivindicação anterior era de 16,5% Proposta do governo do Estado: 8,7%, proposta anterior era de 7,8% Último reajuste concedido: 8%, ante INPC de 7,2%, no ano passado HISTÓRICO DE GREVES NO METRÔ² 23.mai.2012 2 e 3.ago.2007 14.jun.2007 15.ago.2006 17 e 18.jun.2003 25 e 26.jun.2001 2.jun.2000 9.dez.1999 24.nov.1999 ¹Em dez.2013 ²Paralisações que acarretaram na suspensão do rodízio de veículos Fonte: Metrô, Sindicato dos Metroviários, CET
Fonte:folhapress
|