Por não cumprir a decisão inicial de em 48 horas apresentar o nome do
contratante e os links patrocinados que fizeram o número de seguidores
do governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegar a mais de 320 mil, a Justiça
Eleitoral de São Paulo elevou a multa para R$100 mil e deu mais 24
horas para o Facebook se pronunciar.
Na tarde desta sexta-feira (01), o juiz auxiliar Marcelo Coutinho Gordo
entendeu que o Facebook está descumprindo uma ordem judicial e elevou
de R$10 mil para R$100 mil a multa diária que a rede social de Mark
Zuckerberg terá que pagar caso insista em ignorar a ordem da Justiça.
No dia 23 de julho, o mesmo juiz deu um prazo de 48 horas para que o
Facebook informasse se realmente a campanha do tucano havia usado do
recurso de links patrocinados para inflar o número de seguidores – ato
que é vedado pela lei eleitoral.
A ação foi movida pela coligação do candidato Paulo Skaf (PMDB), que
disse achar estranho que os seguidores do candidato à reeleição pelo
PSDB ter crescido de forma “muito acima do que é esperado para quem não
usa links patrocinados”.
Nos cálculos da campanha de Skaf, Geraldo Alckmin teve um salto de 100
mil para 320 mil num curto espaço de tempo, que segundo o staff do PMDB
chega a menos de seis meses.
Ao levar o problema para a Justiça, o objetivo da campanha de Skaf é
que o TRE-SP determine ao Facebook que retire o número adicional de
curtidores do perfil de Alckmin, passando a contabilizar somente
usuários registrados sem uso de links patrocinados.
A reportagem do Terra Magazine procurou a campanha de Geraldo Alckmin
para falar sobre ao assunto, mas não obteve resposta até o momento.
O número de 320 mil seguidores foi calculado no dia de ingresso da ação
no TRE. Hoje, o perfil de Alckmin no Facebook já é seguido 342 mil
usuários.
A multa de R$100 mil ao Facebook começa a valer a partir das 17 horas
deste sábado, segundo o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.