O major da Polícia Militar e professor Carlos Eduardo Belelli entrou em contado com a Redação do Diário da Manhã para expressar sua indignação com o último programa do Profissão Repórter da Rede Globo, exibido na última terça-feira (25), a respeito do funcionamento dos colégios da Polícia Militar de Goiás. Além do major Belelli, críticas sobre a forma como a reportagem foi conduzida tomaram conta das redes sociais, um dia após a veiculação do programa. “Eu não entendo por que ele (jornalista Caco Barcellos, à frente do programa) fez isso. O nosso ensino militar hoje, como exemplo de Goiás, é o melhor do País. As nossas instituições são as melhores tanto na questão do ensino quanto da moral e do caráter ensinado ao aluno”, avalia o major Belelli. Assim como o major, pais, alunos, ex-alunos e professores saíram em defesa do padrão de qualidade das 16 intuições militares do Estado. Primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Goiás, destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nas Olimpíadas Escolares, além dos altos índices de aprovados em vestibulares em unidades de ensino superior público do País, os colégios militares goianos foram questionados pelas suas normas quanto ao uso de uniforme, a exigência da boa aparência pessoal e a presença dos militares no ambiente escolar. “Senti-me sinceramente indignado, revoltado, caluniado. Não só por ser policial militar há 27 anos, mas por ser pai de um aluno. Que crítica é essa para um colégio que é melhor do País? É tudo mentira, aquele programa foi forjado, o ensino no colégio militar é o mesmo que em outra escola pública, na verdade no militar é melhor”, ressalta o major. Para ele, o programa foi manipulado com interesse político. Quanto ao fardamento e a rigidez na aparência pessoal, Belelli acusa o jornalista Caco Barcellos de difamação. “Os uniformes padronizados servem para acabar com as diferenças sociais. Nas escolas particulares, os alunos com mais condições desfilam tênis caros enquanto outros vão de chinelos. No colégio militar todos são iguais, não existe discriminação.” Outro ponto destacado por ele foi a comparação do ensino militar goiano com os métodos de uma escola pública em Porto Alegre (RS): “Aqui nenhum professor perdeu seu aluno para as drogas e muito menos o enterrou. Aqui você não vê aluno brigando com o outro do lado de fora do colégio, como nas outras escolas públicas no Brasil.” Durante a exibição do Profissão Repórter, um dos assuntos mencionados pela equipe de Caco Barcellos foi a censura da instituição aos professores que não poderiam falar em ditadura militar. Conforme o major Belelli, os livros de história dos colégios militares são os mesmos que as demais escolas públicas do Estado. Ele também critica a postura adotada pela secretária estadual de Educação que concedeu uma entrevista para o programa. “Como que uma secretária de Educação não sabe responder umas perguntas? Fiquei com vergonha dela. Eu gostaria de criticar até o nome do programa que eles chamam de Profissão Repórter, mas em minha opinião é profissão hipócrita”, protesta. Alunos A opinião crítica à maneira como o programa da Globo retratou os colégios militares goianos desagradou, também, a estudante Maria Eduarda Alves, de 18 anos, do terceiro ano do ensino médio do Colégio da Polícia Militar de Goiás (CPMG) Hugo de Carvalho Ramos, em Goiânia. Ela que estuda na instituição há mais de quatro anos afirma que o método de ensino militar é excelente e se sente muito bem em estudar no colégio. De acordo com a estudante, a matéria distorceu a realidade dos colégios militares. “Disseram que os professores não podem falar sobre ditadura e coisas do tipo, sendo que pelo menos onde eu estudo os professores nos apoiam a ter senso crítico. Os militares são sim os que mantêm o colégio em ordem, mas também são amigos, também fazem graça nos corredores. É uma escola que eles sabem lidar com crianças e adolescentes. Não é essa máquina de manipulação que eles fizeram parecer”, destaca. Diante dos temas abordados pela equipe de Caco Barcellos, Maria Eduarda também explica que os alunos não cantam o Hino Nacional todos os dias, porém aprendem a respeitar quando ele é executado. Da mesma forma ela esclarece que não fazem a continência por obrigação, mas como forma de respeito a uma pessoa que é o superior na sala de aula. “Recebemos o pessoal que fez a matéria na escola, foi apresentado o nosso dia a dia, e eles colocaram de outra forma”, lamenta a estudante.
Fonte:dm.com
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