Desconcertado, Murilo Corato Zanarella, de 17 anos, solta uma risada
tímida quando perguntado se é um viciado em olimpíadas de exatas. O
jovem, que nasceu em Campinas e mora em São Paulo, já participou de 50
edições de diferentes provas de exatas, nacionais e internacionais,
conquistando mais de 30 medalhas em olimpíadas de matemática, e acaba de
ser aceito na Universidade de Princeton, em Nova Jérsei (EUA), após ter
um desempenho notável em uma das provas.
A aprovação em Princeton veio logo após Murilo ganhar a medalha de
ouro especial na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e obter a
prata na Olimpíada Internacional. O título brasileiro foi conquistado
após um ótimo desempenho na prova, já que a diferença de pontos entre
ele e o segundo melhor colocado na categoria ensino médio foi maior do
que a média das provas – 379 pontos contra 302. O resultado da OBM foi
divulgado na última quarta-feira (17).
Apesar de tantas conquistas, Murilo garante que não liga muito para a
competição, e que as olimpíadas valem muito mais pela paixão à
matemática. “A competição deixou de ser importante para mim, agora é
pela matemática. Antes eu participava pelo desafio e, com o tempo, fui
mudando e vi que o mais importante é estudar a matemática, a competição é
um extra”, afirmou o jovem ao G1.
Zanarella também foi aprovado para a segunda fase dos vestibulares da
USP e Unicamp em ciência da computação, e disse que pretende fazer a
segunda fase mesmo com a aprovação em Princeton. Porém, se passar, dará
preferência à matrícula no exterior, além de tentar outras instituições
norte-americanas, como Harvard, MIT, Yale e Stanford, para realizar seus
estudos voltados à matemática.
Amante dos números desde o início do ensino fundamental, o estudante
contou que sempre teve facilidade com matérias de exatas, e que prefere
muito mais os problemas das olimpíadas aos exercícios normalmente feitos
em sala de aula. “A matemática da escola é uma coisa mecânica, de
copiar o que o professor passa. Na olimpíada é mais criativa, mais
próxima da matemática de pesquisa”, comparou o rapaz, que já participou
de olimpíadas de física, astronomia, robótica e até de linguística.
Para facilitar a vida do repórter e não perder a conta mediante
tantos títulos conquistados, ele organizou todos os títulos em um
arquivo de texto, detalhando os anos em que participou e as medalhas
obtidas.
Fonte:G1
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