|
Petrobras atribui a ex-gerente perda de R$ 25 milhões |
Data Publicação:25/12/2014 |
A ex-gerente executiva da área de Abastecimento da Petrobrás Venina
Velosa da Fonseca foi responsabilizada pela Comissão Interna de Apuração
da companhia por quatro irregularidades que elevaram gastos e indicam a
existência de cartel nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco. Em um contrato com uma empresa alvo da Operação Lava Jato,
ela teria desconsiderado um desconto de R$ 25 milhões em favor da
estatal.
A refinaria foi orçada em R$ 2,5 bilhões e já consumiu
R$ 27 bilhões. A sindicância aponta nove "não conformidades", que
geraram elevação de custo de R$ 4 bilhões. "Estes fatos, associados às
declarações do senhor Paulo Roberto Costa, indicam a possibilidade de
processo de cartelização relativo às empresas indicadas nos processos
analisados", afirmam os seis servidores responsáveis pela investigação,
concluída em 7 de novembro.
Além de Venina, o documento de 88
páginas responsabilizou o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco e os
ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque
(Serviços), todos alvo da Lava Jato.
A presidente da estatal,
Graça Foster, citou a responsabilização de Venina ao rebater as
declarações da ex-gerente de que teria avisado a cúpula da Petrobrás
sobre irregularidades desde 2008.
A comissão acusa Venina de
omitir informações da Diretoria Executiva sobre mudanças de valores e
objetos em contratos; inclusão de empresas do cartel que não atendiam ao
critério de seleção, após início do processo licitatório; não
apresentação de parecer jurídico para aprovação de contrato; e erro
formal de inclusão de empresa.
Sem desconto
O
mais grave dos problemas em Abreu e Lima imputados a Venina envolveu as
negociações de contratação da Alusa Engenharia para construção da Casa
de Força, ao custo de R$ 966 milhões, em 2008. O valor, segundo a
sindicância, era 272% acima do orçado.
De acordo com o
relatório, Venina e os demais servidores deixaram "de considerar
descontos negociados entre setembro e novembro de 2008, com a Alusa
Engenharia, da ordem de R$ 25 milhões, após a aprovação pela Diretoria
Executiva, em 19 de setembro de 2008".
Segundo a sindicância,
houve novas negociações de desconto mesmo depois de aprovada a
contratação da Alusa pela Diretoria Executiva. "A formalização destas
negociações constou de proposta comercial enviada pela Alusa Engenharia,
endereçada à sra. Venina, em 12 de novembro de 2008", informa o
relatório. O desconto total oferecido era de R$ 34 milhões.
Em 2
de dezembro de 2008, o contrato foi assinado. "Dos descontos oferecidos
pela Alusa, somente foram praticados R$ 9,2 milhões, apesar de terem
sido atendidas as condições necessárias à sua aplicação integral. Ou
seja, R$ 25 milhões não foram efetivamente descontados do valor
contratual original."
Fonte:Reuteres
|
|