O governo paraguaio
valorizou nesta sexta-feira o apoio do Brasil no combate à guerrilha do
EPP, horas depois da liberação de um jovem, filho de brasileiros, que
esteve sequestrado durante quase nove meses, o sequestro mais longo
registrado no país.
O ministro do Interior do Paraguai, Francisco de
Vargas, visitou Arlan Fick em sua propriedade no departamento de
Concepción, a 400 quilômetros ao norte de Assunção, para transmitir o
apoio das autoridades à família após a conclusão de um caso que retomou
as críticas à insegurança na região.
De Vargas afirmou que órgãos de segurança brasileiros
colaboraram na luta contra o Exército do Povo Paraguaio, em resposta a
informações de meios de comunicação locais que apontaram a importância
da ajuda do país vizinho na liberação do jovem.
"Em toda campanha contra o EPP temos tido a colaboração
do governo do Brasil através de seus órgãos de segurança, mas não vou
entrar em detalhes", disse o ministro a jornalistas.
"Não apenas sobre este tema em particular (o sequestro
de Fick), mas estamos em contato permanente. Sempre se mostraram
preocupados e sempre colaboraram conosco na área de inteligência",
acrescentou.
O Paraguai também tem recebido apoio da Colômbia para
combater o grupo, que opera há mais de uma década e cujos membros teriam
recebido capacitação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(Farc) no passado.
Fick é filho de colonos brasileiros que trabalham como
agricultores na região de influência do EPP, um grupo pequeno que diz
lutar contra a oligarquia local, e ao qual são atribuídos outros
sequestros, assassinatos e ataques a delegacias e postos militares.
O jovem disse à imprensa que se encontrava em boas
condições e que não foi maltratado por seus sequestradores, que o
mantinham pela maior parte do tempo amarrado e com os olhos vendados. O
caso gerou preocupação entre alguns parlamentares brasileiros que
entraram em contato com a família Fick.
A família pagou um resgate pouco depois do sequestro no
começo de abril, e cedeu a outras exigências. De Vargas disse que o EPP
cumpriu a promessa de liberar Arlan no Natal.
A libertação pressionou o presidente conservador
Horacio Cartes, que foi criticado por seu desempenho em matéria de
segurança, principalmente depois do sequestro do suboficial de polícia
Edelio Morínigo, capturado há seis meses.
O grupo rebelde propôs a troca do policial por seis de
seus membros que estão presos, oferta negada pelo governo paraguaio.
Fonte:Reuteres
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