Um dos destinos turísticos mais
preservados do litoral catarinense, Bombinhas começa nesta terça-feira
(6) a cobrar dos visitantes uma taxa de preservação ambiental, a
primeira do Estado.
O Ministério Público tentou evitar a
medida, alegando que ela é "discriminatória" e "impede o livre
trânsito". Mas a Justiça não acatou os argumentos e a autorizou.
Por causa da polêmica e de ajustes no
sistema, a prefeitura adiou três vezes o início da cobrança por estadia
- R$ 2,72 para motos, R$ 21,83 para carros, R$ 43,67 para vans e R$
109,16 para ônibus.
Com 14.293 habitantes, Bombinhas (a
68 km de Florianópolis) possui 14 praias, a maioria delas com mar
azulado e areia clara e fofa.
Na temporada, segundo a secretaria de Turismo, chega a receber 800 mil visitantes, que provocam engarrafamentos na SC-412.
Nos últimos anos, devido às belezas
naturais e ao potencial náutico, a cidade tem se convertido em destino
de endinheirados, como o jogador de futebol Neymar.
"Não queremos espantar os turistas.
Queremos é dar uma qualidade melhor a quem nos visita", afirma o
secretário de Turismo, Luciano Marcondes.
A prefeitura diz ter definido o valor
da taxa, que será cobrada entre 15 de novembro e 15 de abril, com base
no custo do sistema de cobrança e em uma estimativa de degradação
ambiental provocada pelo turismo.
O dinheiro arrecadado deve ser
aplicado em infraestrutura e educação ambiental, preservação do
ambiente, limpeza pública e saneamento, segundo a administração.
Para a Associação Empresarial de
Bombinhas, entidade que reúne hoteleiros e donos de bares e
restaurantes, a cobrança é necessária.
"Com ela, a cidade fica como um
parque: a pessoa paga para entrar, mas se diverte, tem praia limpa e
água limpa", diz o presidente, Mário Pêra.
O professor Maurício Pereira Gomes,
47, dono de uma casa de temporada na cidade, diz que Bombinhas vem
sofrendo com o "turismo predatório". Mesmo assim, é contra a cobrança.
"Ela cria uma peneira econômica, e as praias são um patrimônio de todos os brasileiros", justifica.
Para evitar filas nos dois únicos
acessos à cidade, a cobrança será eletrônica: um radar vai fotografar a
placa do veículo, e o motorista terá 30 dias para fazer o pagamento no
comércio local ou pelo site da prefeitura. Os inadimplentes serão
incluídos na lista de devedores do município.
Motoristas estrangeiros não estão isentos, e serão obrigados a pagar a taxa nos postos de acesso à cidade.
Fonte:folhapress
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