O ministro indonésio dos Transportes revelou nesta terça-feira (20) que
o avião da AirAsia, que caiu no mar com 162 pessoas a bordo em 28 de
dezembro, voava em uma velocidade excessiva e parou antes de cair.
"Nos últimos minutos, o avião assumiu uma velocidade superior ao
normal", explicou o ministro Ignasius Jonan, citando dados do radar do
aparelho. "De repente, ultrapassou a velocidade limite que podia voar e
parou", acrescentou.
O inquérito sobre o acidente concentra-se na possibilidade de erro
humano ou danos no aparelho, após descartarem a tese de terrorismo,
informou uma autoridade nesta terça-feira.
O Airbus A320-200 decolou em 28 de dezembro da cidade indonésia de
Surabaya para Cingapura, e cruzou uma área com muitas nuvens antes de
desaparecer dos radares. A aeronave caiu logo após no Mar de Java, e não
houve sobreviventes.
Equipes de mergulhadores recuperaram, desde então, 53 corpos e as duas
caixas-pretas do avião, que registram respectivamente as conversas entre
os pilotos e o controle de tráfego aéreo e demais parâmetros do voo
(velocidade, altitude, velocidade do motor, etc.).
Investigadores do Comitê Nacional de Segurança do Transporte ouviram o
gravador de voz, mas se recusaram a dar detalhes sobre seu conteúdo,
dizendo apenas que não havia nenhuma indicação de um possível ato
terrorista.
"Nós não ouvimos qualquer outra pessoa (além dos pilotos), nenhuma
explosão", indicou o investigador s Nurcahyo Utomo a jornalistas que
evocaram um possível ato terrorista.
Os investigadores se concentram agora "na possibilidade de danos à aeronave e fatores humanos", acrescentou.
Outro investigador, Ertata Lananggalih, observou que nenhum detalhe
sobre o conteúdo dos registradores de voo seriam divulgados antes da
publicação de um relatório preliminar sobre as causas do acidente,
esperado para a próxima semana.
A Agência Nacional de Meteorologia indicou em um relatório, divulgado
no início deste mês, que o tempo poderia ter sido o "gatilho" do
acidente.
Entre as 162 pessoas a bordo estavam 155 indonésios, o co-piloto
francês Rémi Plesel, um britânico, três sul-coreanos, um malaio e um
cingapuriano.
Fonte:AFP
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