A Confederação Nacional dos
Trabalhadores de Educação (CNTE) convocou para esta quinta-feira, 30,
uma greve nacional dos trabalhadores da categoria. Além da paralisação
coordenada, professores das redes estaduais de dez Estados já realizaram
greves ou paralisações neste ano por melhorias nas condições de
trabalho e reajustes salariais. Ao menos oito redes municipais de
educação também pararam as atividades, segundo a CNTE. A
secretária-geral da confederação, Marta Vanelli, afirma que movimentos
com foco em aumento salarial não têm conseguido avançar. "Quando a
questão passa por salário, nenhum governo tem avançado. A diminuição de
arrecadação neste ano tem peso, mas o principal é a falta de vontade
política", diz. "Estado pobres, como Acre, Maranhão e Piauí, concederam o
reajuste do piso salarial dos professores." Neste ano, o piso teve uma
valorização de 13%. Estados como Santa Catarina, Pará e
Pernambuco enfrentam greve. Em São Paulo, o governo Geraldo Alckmin
(PSDB) ainda não ofereceu proposta de reajuste para este ano, e a greve
já passa de 40 dias - a adesão, segundo a Apeoesp, principal sindicato
da categoria, é de 50% dos professores. A Secretaria de Educação defende
que o índice de presença é de 96%. A Apeoesp reivindica
reajuste de 75%. O Estado se comprometeu a criar uma política salarial
pelos próximos quatro anos, mas não apresentou porcentuais. O sindicato
convocou, as 14 horas desta quinta-feira, assembleia na Avenida
Paulista. "Não tivemos nada até agora, não tem como terminar a greve",
disse a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. Na
quarta-feira, professores em greve interditaram duas rodovias no
interior de São Paulo. Em Campinas, cerca de cem professores bloquearam
pela manhã um trecho da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença
(SP-101). O grupo caminhou pela estrada até o Trevo da Bosch. Em
Marília, centro-oeste do Estado, outros cem professores grevistas,
segundo a Polícia Militar, interromperam o tráfego nos dois sentidos da
Rodovia Transbrasiliana (BR-153). O ato durou uma hora. (Colaborou José
Maria Tomazela)
Fonte:FOLHA DE SÃO PAULO
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