A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) protocolou nesta segunda-feira (20)
na CPI da Petrobras requerimento para que seja realizada uma acareação
entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-consultor
da Toyo Setal Júlio Camargo, que acusa o peemedebista de ter lhe
pedido propina de US$ 5 milhões.
O pedido será analisado pela comissão parlamentar de inquérito (CPI)
em agosto, apóso fim do recesso parlamentar de julho. Cunha nega ter
pedido propina e acusa o Palácio do Planalto de ter se articulado com o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incriminá-lo na
Operação Lava Jato.
No requerimento de acareação, Eliziane Gama argumenta que é preciso
esclarecer a divergência existente entre a versão dada pelo presidente
da Câmara e a apresentada por Camargo.
“A confrontação de versões entre o empresário e o presidente da
Câmara, na CPI, é necessária, já que Eduardo Cunha coloca em xeque a
delação de quem o acusa. A comissão parlamentar precisa avançar neste
sentido e, em consonância com as atividades do Judiciário, até porque
não pode proteger este ou aquele personagem político”, justifica a
deputada.
Cunha diz que aceita acareação
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou nesta segunda que aceita
fazer uma acareação com o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo na
CPI da Petrobras. “Já falei em público que não tenho qualquer problema. E
deveriam aproveitar e aprovar requerimento para Mercadante e Edinho
Silva acarearem com Ricardo Pessoa e da Dilma com Youssef”, disse o
peemedebista.
Em depoimento prestado após acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal, o presidente da construtora UTC, Ricardo
Pessoa, disse ter feito doações às campanhas de Mercadante e Edinho
Silva, com dinheiro que seria proveniente de propina. Já o doleiro
Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, relatou ter sido procurado
por um suposto emissário da campanha da presidente Dilma Rousseff no
início de 2014 para trazer para o Brasil dinheiro depositado no
exterior.
A acusação de Júlio Camargo a Cunha ocorreu durante depoimento do
consultor à 13ª Vara de Justiça de Curitiba, em um dos processos da
Operação Lava Jato. A declaração gerou uma crise institucional, com a
decisão de Cunha de romper com o Palácio do Planalto e passar a integrar
a oposição ao governo Dilma no Congresso Nacional.
Fonte:G1
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