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Dólar cai 2,40%, aos R$ 3,5971, e bolsa sobe 3,67% com aposta no impeachment
Data Publicação:08/08/2016
Após certo ceticismo com o processo de impeachment desde a última segunda-feira, os investidores voltaram a elevar nesta sexta-feira as apostas de que Dilma Rousseff pode perder a Presidência. O gatilho para isso foi o novo parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendando a anulação da posse do ex-presidente Lula na Casa Civil. Outras notícias reforçaram o movimento ao longo do dia, o que fez o dólar à vista ceder 2,40%, aos R$ 3,5971. Foi o maior recuo para o dólar desde 17 de março - dia em que Lula tentava tomar posse em Brasília.

Na noite de ontem, Janot mudou sua recomendação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu que a corte anule a posse de Lula. Antes, o procurador-geral havia defendido a posse do ex-presidente e pedido que as investigações sobre ele fossem mantidas na Justiça de primeiro grau, em Curitiba. Este novo parecer servirá de subsídio para que o STF decida, em plenário, se Lula assume ou não o cargo, o que pode ocorrer na próxima semana.

Apesar da indefinição, os investidores hoje avaliaram que, se Lula perder o ministério - e o foro privilegiado -, o poder de articulação política do governo diminui, elevando as chances de Dilma sofrer o impeachment. O Placar do Impeachment do Grupo Estado, atualizado ao longo do dia, mostrava 283 deputados a favor do impedimento, 114 contrários e 62 indecisos, sendo que 54 não haviam respondido. Ontem, o placar indicava 274 deputados a favor. São necessários 342 votos.

Durante a sessão, investidores também citavam notícias de dias anteriores para justificar o movimento de busca por risco. Entre elas, o destaque era a homologação da delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez.

O dólar recuou durante toda a sessão. Às 11h48, marcou a máxima de R$ 3,6638 (-0,59%) e, às 16h53, indicou R$ 3,5956 (-2,44%). Pela manhã, o Banco Central também voltou a atuar com swaps cambiais reversos, em operação cujo efeito é equivalente à compra de dólares no mercado futuro. Porém, foram vendidos apenas 3 mil contratos de swap reverso (US$ 149,2 milhões), em um total de 11.500 contratos oferecidos.

Bovespa

Em reação a esse cenário político, a Bovespa fechou aos 50.292,93 pontos nesta sexta-feira, em alta de 3,67%, a maior em porcentual para a bolsa desde 17 de março - dia em que Luiz Inácio Lula da Silva tentava tomar posse como ministro em Brasília.

Além do cenário político, as ações foram influenciadas pela aproximação do vencimento, na próxima quarta-feira, dos contratos de opção sobre o Ibovespa e de Ibovespa Futuro. Nesse último, os estrangeiros estão majoritariamente na ponta compradora. A mínima do dia foi de 48.517 pontos (+0,01%) e a máxima, vista à tarde, de 50.486 pontos (+4,07%).

Petrobras ON subiu 5,53% e o papel PN da estatal avançou 7,27%, favorecido pela política e pelo avanço firme do petróleo tanto em Londres quanto em Nova York. Do mesmo modo, Vale ON teve ganho de 8,19%, e Vale PNA avançou 8,36%.

Taxas de juros

Após quatro dias de elevação, as taxas dos contratos futuros de juros desabaram nesta sexta-feira, com investidores voltando a reforçar as apostas de que a presidente Dilma Rousseff pode sofrer o impeachment. No fim da sessão regular, a taxa do DI para janeiro de 2017 ficou em 13,80%, ante o ajuste de 13,88% de ontem, enquanto o contrato para janeiro de 2018 marcou 13,55%, ante 13,77%. Na ponta longa, a taxa para janeiro de 2021 ficou em 13,75%, na mínima, ante 14,16%.

Chamou a atenção o fato de a curva a termo voltar a mostrar "inclinação negativa", com a taxa para janeiro de 2021 abaixo da taxa de janeiro de 2017. Na prática, isso indica melhora da percepção de risco em relação ao Brasil.

A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março ficou em 0,43%, ante 0,90% em fevereiro. No ano, o porcentual acumulado é de 2,62% e, em 12 meses, de 9,39%. Apesar de ter ficado em segundo plano, o IPCA reforçou o clima de otimismo entre os investidores.


Fonte:Yahoo.com



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