O volume de recursos que os investidores sacaram da poupança em agosto, já descontadas as aplicações, foi de R$ 4,466 bilhões. Os saques líquidos foram superiores aos verificados em julho, quando R$ 1,115 bilhão deixaram a poupança Em agosto do ano passado, R$ 7,502 bilhões líquidos haviam saído da caderneta - o pior resultado para um mês de agosto na série histórica, iniciada em 1995.
Em 2016 até o momento, em função da crise econômica, que faz as famílias recorrerem aos recursos da poupança para fechar as contas, foram verificados saques líquidos em todos os meses: R$ 12,032 bilhões em janeiro, R$ 6,639 bilhões em fevereiro, R$ 5,380 bilhões em março, R$ 8,246 bilhões em abril, R$ 6,592 bilhões em maio, R$ 3,718 bilhões em junho e R$ 1,115 bilhão no mês passado.
Em agosto, de acordo com o BC, o total de aplicações foi de R$ 167,366 bilhões e o de saques, de R$ 171,832 bilhões. O estoque do investimento na poupança está em R$ 641,126 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 4,294 bilhões de agosto.
O desempenho em agosto só não foi pior porque, na primeira semana do mês e nos dois últimos dias úteis, houve ingressos líquidos na caderneta. Nos dias 30 e 31, os depósitos líquidos somaram R$ 4,961 bilhões. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias é tradicional e ocorre com aumento dos depósitos em razão de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.
A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic) está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 14,25% ao ano.
Acumulado do ano
A fuga dos investimentos da caderneta de poupança nos primeiros oito meses deste ano chegou a R$ 48,187 bilhões. O resultado ficou muito próximo dos R$ 48,497 bilhões de saques líquidos verificados de janeiro a agosto de 2015 - este o maior volume de saques na série histórica do Banco Central, iniciada em janeiro de 2015, para os oito primeiros meses do ano.
O resultado do acumulado de janeiro a agosto de 2016 é formado por depósitos de R$ 1,269 trilhão e retiradas de R$ 1,317 trilhão.
Fonte:ag estado, correio braziliense
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