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Em SC, caravana de Lula é alvo de pedras e ovos na estrada e no palanque |
Data Publicação:26/03/2018 |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ser alvo de ovos em ato realizado neste domingo (25) em São Miguel do Oeste (SC). O petista tem circulado pela região Sul com sua caravana desde o último dia 19.
Os manifestantes contrários à presença da caravana na cidade receberam os ônibus com ovos e pedras —a janela da frente do ônibus em que estava Lula acabou quebrada. Mais tarde, enquanto o petista falava ao público, o palanque voltou a ser alvo de ovos.
Assessores chegaram a segurar guarda-chuvas ao redor de Lula para evitar que ele fosse atingido.
"Esse cidadão está esperando que a gente fique nervoso, suba lá e dê uma surra nele. A gente não vai fazer isso", disse o ex-presidente. "Eu espero que a PM tenha a responsabilidade de entrar naquela casa, pegar esse canalha e dar um corretivo nele, que ele precisa ter para não atacar ovo nas pessoas."
Lula chamou os manifestantes que atiravam ovos de canalhas e completou: "Haverá um dia em que esse filho da mãe vai cair numa desgraça tão grande que ele vai implorar para ter um ovo para comer, e vai ter só a casca para comer".
CHEGADA À CIDADE
Mais cedo, quando os três ônibus que integram a caravana do ex-presidente chegaram a São Miguel do Oeste, cerca de 30 manifestantes arremessaram, observados à distância por policiais militares, ovos e pedras.
A janela do motorista do ônibus ocupado por Lula foi quebrada, obrigando que a caravana estacionasse no acostamento metros à frente. Carros particulares também foram atingidos pelos manifestantes, que o esperavam no trevo de acesso ao município.
Como minutos antes a PM tinha proibido a permanência de um ônibus do MST no trevo onde Lula era aguardado por opositores, a comitiva estava sem a escolta dos sem terra.
Irritado, o coordenador da caravana, Márcio Macedo, foi até os agentes policiais encarregados da segurança da comitiva para cobrar responsabilidade. O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), procurou as autoridades responsáveis pela integridade física do ex-presidente para exigir providências.
Na semana passada, Pimenta conversou pessoalmente com o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Os coordenadores da caravana também procuraram o Ministério da Justiça e os governos dos três estados do Sul. Mas a tensão só se agravou desde então.
“O que aconteceu aqui foi um atentado. Poderia ter acontecido uma tragédia”, disse Pimenta.
“Esse não é um ato político. É um ato criminoso”, criticou.
À noite, em ato em São Miguel, ovos foram lançados sobre o palanque onde discursava o ex-presidente, gerando confusão entre o público presente. Coberto por guarda-chuvas para deixar o local, Lula se disse triste e chamou os agressores de canalhas.
Na véspera, o hotel onde Lula estava hospedado em Chapecó foi cercado por aproximadamente cem pessoas, que tentavam bloquear seu acesso ao palco instalado numa praça a 200 metros dali.
O ex-presidente deixou o hotel pelos fundos.
Coordenador da caravana, o ex-deputado Paulo Frateschi levou uma pedrada na orelha esquerda na tentativa de proteger o ex-presidente.
Já na praça, manifestantes lançaram ovos e pedras contra seguranças e apoiadores de Lula. Um professor de educação física foi atingido na cabeça.
Repetindo tática adotada ao longo de toda a caravana, manifestantes soltaram fogos no momento em que Lula iniciava seu discurso.
Lula ironizou afirmando nunca ter sido recepcionado com tantos fogos. No discurso, ele lamentou que os manifestantes não tenham doado esses ovos a quem passa fome.
Ao perceber que Lula não conseguiria entrar no carro para voltar ao hotel, Macedo fez um apelo ao microfone para que os militantes o escoltassem até lá.
Na cidades por onde Lula passou, os manifestantes repetem padrões.
Sempre um pequeno grupo é escalado para esperar passagem do ex-presidente, informando os que estão poucos metros adiante.
Eles são orientados, por exemplo, a se dispersar no momento de aproximação de policiais para desbaratá-los e escondem pneus no mato para queimá-los impedindo a passagem do ex-presidente.
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