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Brasil consegue preços recordes no leilão de blocos de petróleo |
Data Publicação:30/03/2018 |
O Brasil leiloou nesta quinta-feira (29) blocos offshore no valor de 2,4 bilhões de dólares, uma quantia recorde, apesar de, no último momento, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) ter retirado da disputa dois dos blocos mais promissores.
Os blocos mais cotados foram os próximos à zona do "pré-sal", onde o petróleo fica nas águas ultraprofundas, sob uma grossa camada de sal, cujo potencial é considerado gigantesco.
Esses blocos atraíram a maioria dos gigantes do setor, como Shell, Total e especialmente ExxonMobil, que comprou oito em sociedade com outros grupos.
No total, 13 empresas, originárias de 11 países, participaram da etapa marítima, sendo que 12 arremataram blocos (duas nacionais e dez de origem estrangeira).
Foram arrematados 22 blocos marítimos dos 47 ofertados, com ágio de 621,91%. A rodada também teve o bloco com maior bônus de assinatura oferecido na história: o bloco marítimo SC-AP5, na Bacia de Campos, que arrecadou R$ 2,82 bilhões.
Já o maior ágio foi o do bloco C-M-657, na Bacia de Campos, de 1.314%.
Não houve ofertas para os blocos terrestres oferecidos.
A ANP teve de retirar dois blocos considerados os mais ricos por uma decisão do Tribunal de Contas (TCU) tomada na noite de quarta-feira.
Para o TCU, esses blocos, que podiam ser vendidos por um mínimo de 3,55 bilhões de reais, estão diretamente vinculados às reservas do pré-sal já existentes e que são alvo de outro tipo de concessão que requer leilões em separado.
"Aproveito a oportunidade para me desculpar junto aos investidores, empresas e pessoas que trabalharam avaliando essas duas áreas e se programaram para hoje apresentar ofertas. Infelizmente, isso não vai poder acontecer", disse o presidente da ANP, Decio Oddone, ao inaugurar o leilão.
"Por mais frustrados que possamos ficar, temos a certeza de que isso não vai tirar o brilhantismo do leilão", acrescentou.
Oddone afirmou ainda que esses dois blocos poderão ser leiloados antes do fim do ano.
O último leilão desse tipo foi realizado em setembro e também tem um excelente resultado.
Como aconteceu no ano passado, a Petrobras se associou à americana ExxonMobil para explorar os blocos mais ambicionados na zona de Campos.
O resultado obtido no leilão deve dar algum oxigênio ao governo brasileiro, que lançou um amplo plano de austeridade e privatizações para dinamizar a economia depois de mais de dois anos de recessão.
No total, o governo espera arrecadar mais de 80 bilhões de dólares em uma série de vendas que se estenderá até o final de 2019.
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