ASecretária Municipal de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué disse que desconhece que haja seleção de pacientes para a ocupação de vagas de UTIs. Ela prestou depoimento como testemunha nesta terça-feira (22) na Delegacia de Homicídios sobre a morte de duas pacientes que aguardavam leitos intensivos.
Ambas esperavam leitos de UTI e, segundo denúncias feitas por vereadores da capital durante a CEI da Saúde, as mortes ocorreram mesmo como vagas disponíveis, fato que, para eles, caracteriza-se como crime de homicídio.
“Não tenho conhecimento dessas vagas [ociosas]. Também desconheço essa informação de que há uma seleção de pacientes. Nós instituímos processos de trabalho que evitam distorções na prestação do serviço”, afirmou a secretária.
Ela afirmou ainda que acredita que as pacientes que morreram a espera de uma vaga não foram atendidas a tempo porque existiam outras pessoas na frente delas na fila pelos leitos. “Todas as medidas foram tomadas nos dois casos. Elas estavam recebendo toda atenção nas unidades em que estavam”, completou Mrué.
Segundo a Comissão Especial de Inquérito que investiga irregularidades na saúde, na época em que Isaura Ribeiro Galvão, de 58 anos, e Julma Alves da Luz, de 64 anos, morreram, haviam dezenas de vagas disponíveis em UTIs, mas elas seguiam internadas em um Cais e uma UPA.
A secretária entregou documentos para a polícia com dados sobre a Central de Regulação da capital. O objetivo é descobrir quem eram os responsáveis por fazer a solicitação de vaga nos dois casos investigados.
“A Polícia Civil quer entender o que aconteceu nesses dois casos em concreto. Elas vieram a óbito aguardando vagas em leitos de UTI. A comissão nos apresentou dados técnicos demonstrando que haviam vaga. Então, precisamos entender porque não foram internadas e se essas unidades estão fazendo realmente seleção de pacientes”, explicou o delegado Rômulo Figueredo.
Fonte:https://g1.globo.com/go/goias
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