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Precisamos levar os fascistas mais a sério |
Data Publicação:26/06/2018 |
Com a mudança da política de imigração em abril, imposta através de decreto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fixando uma prática de “tolerância zero”, em pouco menos de 20 dias, mais de duas mil crianças foram colocadas em campos de concentração infantil naquele país. As imagens que choraram o mundo permitem reconhecer que se tratam de verdadeiros espaços de concentração e aprisionamento de crianças e adolescentes, uma nítida violação de direitos humanos.
Esta, possivelmente, é a conduta do presidente Donald Trump que causou maior repercussão mundial quando tomamos por critério a violação de direitos humanos, sobretudo por recair sobre crianças. Para além da discussão da conduta criminosa de Donald Trump, inclusive que deveria ter seriamente debatida a possibilidade de responsabilização por crimes contra a humanidade, devemos atentar para o risco iminente – e agora dano concretizado – dos discursos fascistas e da ascensão de representantes do ódio à cargos de poder. Estamos muito mais próximos da realização desse risco do que imaginamos, e precisamos reagir de forma enérgica. A reação começa a partir da compreensão dos problemas e as lições que podemos tirar dessa realidade para o nosso contexto. A seguir, anotamos cinco questões básicas sobre a experiência americana com o novo fascismo para que tomemos como norte.
I – Não podemos patologizar os fascismos. Nem os fascistas. Desde a campanha agressiva de Donald Trump, talvez pelo efeito surpresa de ouvir discursos de ódio tão abertos e escancarados contra diversas minorias, diversas pessoas começaram a reagir categorizando aquele personagem como “louco”. Como se ser repleto de ódio, desprovido de freios e razoabilidade fosse uma patologia. Donald Trump tem posicionamentos machistas e homofóbicos que defende de forma indireta, sobretudo através da suposta política de anti-establishment e da “crítica ao politicamente correto”, bem como pelo seu vice-presidente Mike Pence que é um esclarecido opositor aos direitos de mulheres e da comunidade lgbti+. Sexista, tem se esforçado para manter os relatos de assédio a mulheres longe da sua imagem. É racista, recebendo forte apoio de movimentos de supremacia branca e sendo denunciado através do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos em razão de posicionamentos racistas contra países africanos. A xenofobia foi o objeto da vez do seu ódio, com a imposição da política de tolerância zero.
Fonte:Yahoo.com
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