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A Volta da Degola Eleitoral no Golpe da Inelegibilidade de Lula |
Data Publicação:27/07/2018 |
Desde o triunfo do golpe do impeachment, em 2016, as forças que tomaram o poder, com o propósito de fazer as reformas ultraliberais que vem promovendo o desmonte do Estado Social no Brasil enxergam a possibilidade de eleição do ex-presidente Lula como o fim da sua cruzada liberalizante. É que hoje, a eleição de Lula representa não só uma resposta condenatória ao golpe, mas a chance de reversão de todo o esforço para a aprovação de tais reformas. E assim como os derrotados de 2014 dedicaram os seus melhores esforços para o golpe de 2016, os vitoriosos deste querem a todo custo evitar que Lula seja candidato em 2018. E para isso vale tudo: difamar, prender, tornar inelegível. Todo esse esforço nos remete à degola eleitoral usada na República Velha para impedir mudanças contrárias aos interesses das oligarquias rurais no exercício do poder político em razão das eleições.
A partir do Governo Campos Salles (1898-1902), a República Velha encontra uma maior estabilidade política por meio da consolidação da Política dos Governadores, pacto entre o Governo Central e as oligarquias rurais estaduais em que o primeiro se comprometia a não restringir a larga autonomia local conferida pela Constituição de 1891, prestigiando o poder regional, em troca do apoio irrestrito no Congresso Nacional das bancadas controladas pelos Governadores. Com isso, todas as aspirações das camadas médias da sociedade, decorrentes de uma urbanização crescente da população brasileira, quedaram sufocadas até a eclosão do movimento tenentista e da Revolução de 1930.
Para garantir o controle dos Governadores, e, portanto, das oligarquias rurais, sobre os parlamentares eleitos, eram utilizados dois mecanismos. Um anterior ao pleito e outro posterior. O primeiro era a eleição a bico de pena, em que os coronéis entregavam as cédulas eleitorais com o nome dos seus candidatos para os eleitores sob sua influência, e as mesas apuradoras elaboraram atas mais atentas ao desejo do líder político da região do que ao número de votos contidos nas urnas.
Fonte:Yahoo.com
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