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O choro do MBL contra o Facebook mostra como na prática a teoria é outra |
Data Publicação:27/07/2018 |
No livro Capitalism and Freedom, Milton Friedman, uma espécie de sumo-pontífice do neoliberalismo, defende que o Estado não deve interferir de maneira alguma nos negócios privados. Na obra, Friedman afirma que o contratante tem o direito de adotar abertamente critérios discriminatórios de raça, gênero, classe e religião na hora de contratar. “Vagas só para brancos” ou “não se aceitam muçulmanos“, por exemplo. Pensar de modo contrário significa defender uma indevida “interferência na liberdade dos indivíduos de assinar contratos voluntários entre si“.
A lógica se aplica também à regulação na prestação de serviços (se eu quiser me cirurgiar com um açougueiro, por exemplo, o Estado não pode exigir dele um diploma, uma licença ou uma capacitação especializada para o exercício da profissão). Nesses casos, a solução de controle que Friedman oferece é a dos serviços particulares de aprovação – as estrelinhas do Uber e as reclamações no Reclame Aqui, por exemplo.
Apesar da proeminência de Friedman nos meios liberais – seus acólitos da Escola de Chicago ganharam destaque internacional ao aplicar, com uma admirável coerência, as teorias de liberdade econômica de seu mentor meio à brutal ditadura de Pinochet –, parece faltar a muitos dos que se dizem adeptos do liberalismo uma apropriação mínima de suas teses.
Fonte:Yahoo.com
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