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Rio de Janeiro - A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), promove nesta segunda-feira (1º/10) à noite, em sua sede, no Rio de Janeiro, o primeiro seminário de uma série sobre economia criativa do carnaval. Durante o evento, será apresentado o projeto do Portal do Carnaval, cujo lançamento deverá ocorrer no carnaval de 2013.
Idealizado pelo professor Jair Martins de Miranda, do Centro de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), em parceria com a Associação das Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras), o Portal do Carnaval é resultado de um edital público da Finep e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), dos quais recebeu R$ 400 mil.
O seminário vai colher informações para o conteúdo do portal, disse Jair de Miranda à Agência Brasil. “A gente começa esses seminários tentando mapear a cadeia produtiva do carnaval, que envolve desde a criação, a produção, até a comercialização dos produtos do carnaval”. No primeiro encontro, o debate versará sobre a parte criativa da festa, envolvendo os agentes que trabalham na criação do espetáculo, entre os quais os carnavalescos e coreógrafos.
O portal será uma espécie de rede social de profissionais, empreendedores e instituições vinculadas à cadeia produtiva do carnaval no estado do Rio de Janeiro. Na prática, enfatizou Miranda, “o portal se propõe a ser um grande balcão de emprego e negócios, mapeando todos os profissionais e atividades, oferecendo demanda e procura desses profissionais”.
A Amebras participa do projeto trabalhando na capacitação dos profissionais. “A gente está oferecendo mais uma ferramenta de capacitação e gestão”, disse o professor. O segundo seminário da série vai tratar da produção no carnaval e está programado para o próximo dia 26. O terceiro encontro, previsto para 19 de novembro, abordará a comercialização, difusão e consumo de produtos carnavalescos.
Com base na sondagem Economia do Carnaval, do Sebrae do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ), que mapeou a cadeia produtiva da festa, Jair de Miranda informou que circulam nos festejos de Momo em torno de R$ 1 bilhão. “Ele [carnaval] potencializa essa circulação de recursos por outros segmentos, como o turismo e a indústria de bebidas. Faz a cidade arrecadar muitos impostos em tudo que ele provoca”.
Cerca de 760 mil pessoas trabalham no carnaval, seja nos barracões, nos ateliês localizados em casa ou nas escolas de samba, e durante o período carnavalesco, nos locais de desfiles, disse o professor da Unirio. “É uma diversidade muito grande de profissionais trabalhando por causa do carnaval”.
Embora esse seja o primeiro edital da Finep para apoio direto ao carnaval, a economia criativa como um todo vem merecendo atenção da agência de fomento do MCTI que, desde 2009, oferece debates públicos sobre personagens e sambistas de desfiles inovadores do carnaval do Rio de Janeiro, por meio do projeto Escola de Inovação.
O curador do projeto, Fábio Torres, disse à Agência Brasil que o carnaval não é construído em apenas uma semana. “Na verdade, ele envolve artesãos, setores de arte e tudo o mais. Essa estrutura não acaba na quarta feira de cinzas. Pelo contrário. Para muita gente, é ali que ele começa”.
Fábio Torres disse ainda que o carnaval do Rio iniciou práticas sustentáveis por meio da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. “Ela pratica critérios de sustentabilidade nos seus materiais”. Devido ao fato, a escola participou do estande da Finep na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho deste ano, no Rio.
O próximo evento da Escola de Inovação ocorre no dia 7 de novembro e prestará homenagem ao carnavalesco Joãozinho Trinta, um dos responsáveis pela modernização do carnaval carioca, morto em dezembro do ano passado.
Fonte:ag Brasil
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