“Tenho certeza de que uma vez eu consegui um emprego porque a pessoa que me entrevistou foi com a minha cara. Olhando para trás, tenho certeza de que não era a mais qualificada para trabalhar no programa de televisão em que fui contratada”. O depoimento é de Susan Adams, colaboradora do site da Forbes.
Sua experiência exemplifica o que um acadêmico da Northwestern University confirmou: os empregadores nem sempre escolhem os candidatos mais qualificados. O professor Lauren Rivera explica que os recrutadores contratam pessoas que tiveram as melhores impressões pessoais. “Eles contratam as pessoas que poderiam ser suas amigas”, resume Rivera.
Para chegar à constatação, o estudo observou contratações em bancos de investimentos classe A, escritórios de advocacias e empresas de consultoria. Rivera realizou mais de 120 entrevistas com recrutadores e empregadores durante dois anos. O resultado foi que os entrevistados, muitas vezes, privilegiam seus sentimentos pessoais para a seleção, como o entusiasmo e conforto, sobre a capacitação dos candidatos com habilidades superiores ou técnicas.
Em outras palavras, eles contrataram profissionais que poderiam ter uma relação de afeto, como a amizade. “Em muitos aspectos, eles fizeram a seleção de maneira parecida com a escolha de amigos e parceiros românticos”, explica o autor do estudo.
Entre inúmeras entrevistas reveladoras, Rivera lembra que um gerente de banco de investimentos disse que escolhia conforme a uma situação inusitada. “Um dos meus principais critérios de avaliação é o que eu chamo de ‘O teste do aeroporto’: com qual candidato eu gostaria de ficar preso em um aeroporto em Minneapolis durante uma tempestade?”.
Capacidades analisadas (além das profissionais)
Segundo o estudo, entre as empresas pesquisadas, a demanda pela adaptação cultural foi a mais valorizada nos escritórios de advocacia, onde mais de 70% dos chefes disseram que “se ajustar na empresa” era algo importante para um profissional contratado. Em bancos de investimentos e empresas de consultoria, esse fator é avaliado por 60% e 40%, respectivamente, dos recrutadores.
Rivera constatou também que os passatempos, hobbies e esportes também são itens que podem diferenciar os candidatos. Ele cita a confissão de um banqueiro sobre sua preferência em uma entrevista: “ela [profissional contratada] jogava squash. Qualquer um que jogue squash eu amo”.
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