Por Mario Coimbra*
Diante de um mercado cada vez mais ávido por matérias-primas,
elaborar estratégias que visem melhorias para o ambiente traz para o Gestor
Ambiental um grande desafio: ajudar a sociedade a caminhar rumo à
sustentabilidade.
Uma das demandas deste profissional é buscar estratégias dentro
dos processos produtivos para evitar desperdício de matéria prima e,
consequente, perda de valor econômico. Em relação especificamente à madeira, as
estatísticas revelam a gravidade do problema.
Segundo o gerente do Programa Nacional de Florestas do Ministério
do Meio Ambiente, Hélio Pereira, a perda durante o beneficiamento é alta. Por
ano, 17 milhões de metros cúbicos de árvores (cerca de 17 milhões de exemplares
de diversas espécies) são retirados da região de floresta. No estado de São
Paulo, que consome 15% do total vindo da Amazônia, a perda durante o
beneficiamento chega a um milhão de toras.
“É necessária uma
conscientização do consumidor e do madeireiro. Este último deveria se preocupar
mais com o grau de tecnologia em sua empresa para combater o desperdício”,
afirmou.
Tomar parte nesse processo é de extrema importância para a
manutenção das áreas verdes ainda existentes próximas aos centros urbanos.
Reinserir o resíduo ou descarte de madeira no mercado econômico favorece a
conservação e a ampliação das áreas verdes em áreas urbanas. Além do que, se
bem gerido, esse tipo de empreendimento gera renda. Como exemplo, podemos citar
o Ecodesign que tem ganhado cada vez mais força no mercado com o
desenvolvimento de produtos, sistemas e serviços que reduzam o uso de recursos
não-renováveis e/ou minimizem o seu impacto ambiental.
A produção de lenha, peças de artesanato, carvão vegetal e painéis
(aglomerados, MDF e outros) são ações simples que podem mitigar ou até mesmo
reduzir os problemas ambientais causados pelo descarte e resíduos de madeira.
Aproveito o ensejo para lembrar que está próximo o Dia Mundial do
Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho. A data é celebrada desde 1972,
quando foi estipulada na Conferência de Estocolmo. Aqui no Brasil, um marco para esta discussão foi a realização da
Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, conhecida por ECO
ou Rio 92, considerada a mais importante conferência ambiental mundial. Mesmo
depois de tanto tempo, o que se constata é que há muito a fazer na agenda
socioambiental mundial.
Ações como reusar, reciclar e reduzir são atitudes que devem
permear o inconsciente coletivo, de forma que sejam realizadas de maneira
natural e eficiente. Enfim, a Sustentabilidade não é só uma filosofia acadêmica
ou um modismo, é a procura do homem por uma existência mais equilibrada no
ambiente que o cerca. E para isso, é necessária a consolidação de uma vertente
inovadora de relacionamentos no planeta, com mais justiça social, ambiental e
econômica.
*Mario
Coimbra é professor do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro
Universitário Anhanguera de Niterói (UNIAN)
Fonte:Anna Beatriz Cruz
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