Muitas vezes o costume que os cachorros tem de se esfregar não tem relação alguma com o sexo. “Até mesmo ao montar outro cachorro, o bicho pode querer simplesmente expressar dominação, testando a aceitação e a submissão do outro”, explica o adestrador e zootecnista Alexandre Rossi, de São Paulo.
Se é um filhote, é possível que esse comportamento seja uma espécie de prática para a vida adulta. “No caso, o movimento é uma brincadeira, um exercício”, afirma Alexandre. Tédio e carência afetiva também podem atentar o comportamento. Pode-se dizer que é a saída que o animal encontra para chamar a atenção do dono.
E onde entra o impulso sexual, afinal? “Se o bicho tiver tendência para uma excitação exacerbada ou sofrer de um excesso de testosterona, por exemplo, aí, sim, acaba se masturbando”, explica o veterinário Carlos Donini, de São Paulo. Compete ao veterinário, então, distinguir quando se trata de um costume, digamos fora do normal. “No próprio exame clínico já dá para diagnosticar distúrbios endocrinológicos ou comportamentais”, garante Donini.
Se as causas são hormonais, as alternativas de tratamento alteram – de medicamento e castração a acupuntura e homeopatia. Se o especialista, todavia, conclui que o comportamento abusado é pura falta de educação, ele deve orientar o dono sobre como agir em ocasiões assim.
Para evitar a saia justa, é melhor castrar o animal. “A cirurgia deve ser feita antes do primeiro cio ou aos 5 meses de idade, se o cão for macho”, aconselha. “Além de resolver alterações hormonais, o procedimento evita câncer, complicações no útero e gravidez psicológica”.
”A castração costuma solucionar o problema em cerca de 70% dos casos”, estima o especialista. Só há um inconveniente: a cirurgia está associada à obesidade. A solução, então, é oferecer rações com poucas calorias e colocar o animal para fazer exercícios.
Como evitar o constrangimento
Nem pense em impedir seu cão com berreiros e agressões físicas. “O animal pode ficar seriamente traumatizado”, avisa Donini. Ele aconselha que o dono tire da frente de almofadas ou animais de pelúcia tomados para a prática sexual.
Porém como não dá para esconder as pernas das visitas, a saída é impedir o comportamento com um “não” firme ou um breve empurrão. A sensação ruim vai condicioná-lo a não repetir os atos. “Distrair o cachorro com passeios e brincadeiras também ajuda”, opina Hannelore Fuchs.
Fonte:Mundo das Tribos
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