Em entrevista exclusiva ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, a
presidente Dilma Rousseff disse que jamais cogitou renunciar ao cargo.
"Jamais cogitei renunciar. Não é possível que alguém discorda de um
processo e pretenda tirar um representante legitimamente eleito pelo
voto. Temos que aprender que democracia exige respeito às instituições.
Não é para o meu caso, é para todos os que vierem depois de mim",
enfatizou.
Ela também admitiu que pode ter cometido erros ao longo do seu
mandato. "Eu acho que sou humana e posso ter cometido vários erros, mas
esses não foram aqueles de que me acusam".
Dilma considera as manifestações programadas para domingo como
"normais". "Mas é preciso evitar intolerância", adverte. "Temos que ser
capazes de conviver com as diferenças. Com posições que não são as
mesmas e com situações difíceis. Mas a intolerância não tem solução, ela
divide um país, transforma alguns atos em processos que levam à
violência. em processo de intolerância como nunca vistos no país. Não
acredito em um Brasil fascista, porque este país é composto de várias
etnias", afirmou a presidente.
A presidente também respondeu à pergunta, se vê uma tentativa de
golpe: "A cultura de golpe existe, mas não tem condições materiais de
ocorrer".
Na segunda parte da entrevista, Dilma Rousseff falou sobre a Operação
Lava Jato. Ela disse que respeita decisões judiciais. "Não posso julgar
nem ter atitude de avaliação ou de criminalização. Defendo a
independência do MP, a autonomia da Polícia Federal, as decisões
judiciais. Mas também tenho de defender o direito de defesa. Que se
investigue e se puna, mas nada arbitrário, como tem que ser feito numa
democracia".
Dilma também falou sobre as chamadas "pautas-bomba" no Congresso
Nacional. "Acredito que essa rebelião na Câmara tende a ser vista com
uma certa diferença. Eu não acredito que a chamada pauta-bomba vai
proliferar no Congresso. Acho que o Congresso tem tradição de estar
habituado ao ritmo do país".
A presidente da República adiantou que vários temas importantes para o
país estão no radar do governo. "Não vou adiantar medidas que ainda não
estão prontas. Mas várias medidas de reformas micro e macroeconômicas
estão no radar do governo".
Dilma não quis responder à pergunta se teria força para barrar um eventual pedido de abertura de impeachment.
Fonte:jornal do Brasil
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