Rio de Janeiro – Mesmo para um carioca nato, acostumado à babel de idiomas do calçadão de Copacabana, é difícil imaginar como será o Rio de Janeiro daqui a sete dias, na abertura dos Jogos Olímpicos. Cerca de 500 mil pessoas devem desembarcar na próxima semana. A Vila Olímpica, que até ontem à noite havia registrado a chegada de 3.578 pessoas de 151 países, deve receber ao todo 15 mil hóspedes durante as duas semanas de Olimpíada – entre eles, o presidente do COI, Thomas Bach, que se hospedou ontem em um dos quartos.
As cores das bandeiras estendidas nas varandas da Vila vão, aos poucos, mudando a paisagem do conjunto de prédios. Convivem, harmoniosamente, delegações imensas, como a da China, que se hospedou em um prédio inteiro, e equipes pequenas, como a da Mongólia, que estendeu sua única bandeira no andar que ocupa.
Ontem, foi finalizada a obra emergencial, que envolveu mais de 600 trabalhadores nos reparos depois de uma onda de críticas. “Para nós, não ficou nenhum sentimento. Tivemos respeito de ambas as partes (Austrália e organização), o tempo todo, e estamos felizes que esteja tudo bem para os atletas”, afirmou a chefe da delegação australiana Kitty Chiller, principal voz crítica à estrutura.
Tanta gente impactará, obviamente, no funcionamento da cidade, com turistas e moradores trafegando entre as quatro regiões da cidade que concentram as arenas: Copacabana, Maracanã, Barra da Tijuca e Deodoro. Uma pesquisa interna do Comitê Organizador Rio’2016, medida pela Nielsen, aponta atualmente que 57% da população brasileira é favorável aos Jogos – o menor índice registrado. “Ficamos a jornada inteira acima de 60%. Mas é normal, quando chega perto dos Jogos, começar a ter muito problema de trânsito e as pessoas vão ficando de mau humor”, afirmou o diretor de comunicação do Rio’2016, Mário Andrada.
Além disso, a organização precisará sanar problemas que se tornaram foco da imprensa internacional nos últimos dias, como os reparos na Vila dos Atletas, segurança e a chegada da tocha olímpica ao Rio. Na noite de quarta-feira, moradores de um bairro de Angra dos Reis apagaram a chama em ato de protesto. O Estado de Minas listou os sete desafios que o Rio terá de lidar nos últimos sete dias antes da abertura dos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul.
Fonte:correio braziliense- Renan Damasceno / Estado de Minas
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